domingo, 27 de junho de 2010

Um bom ano



Naquele casebre no meio da falsa montanha brasileira, São Paulo, 2 de dezembro de 2010, era o auge do sucesso consagrado de uma vida pronta para ser enfrentada. Tudo resolvido, faculdade, trabalho, vida pessoal, o ano seguinte seria fantástico aos olhos do dono individual, não mais individual. Aqueles verdes campos transmitiam tudo o que alguém poderia querer em tempos de festa, a saudade que não precisara voltar dos tempos ruins passados e vividos com sofrimento, tristes dias, choros internos intermináveis, patéticos. Era o sol que nascia entre as nuvens de um dia nublado, o instrospecto de Lispector florescia na nova vida adulta, onde a chuva e o frio são vistos exatamente como o queria, de uma forma feliz, tranqüila, que retrata o poder estimado por anos de fracasso, aliado ao café interminável da xícara branca velha, que passa a ser o passado jamais relembrado, ou ainda nos devaneios de sucesso que retrocedem com lembranças fúteis da adolescência frustrada de um jovem qualquer, preocupado com o amanhã, se esquecendo do hoje, vivendo na vanguarda dos tempos, a frente dos condenados intelectuais.
É a manhã escura com a caneca na mão direita, o cigarro na esquerda e o gozo eterno da nova vida. Um bom ano!

11 comentários:

  1. Eu achei profundo. A escolha das palavras é sensacional, afinal não basta ter uma história pra contar e um veículo para isso, é preciso saber como passar isso adiante. Parabéns.

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  2. legal aquela foto lá em cima *-*

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  3. você escreve bem ,
    pensamentos bem soltos , mas que fazem todo o sentido , gosto disso.

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  4. Uma retrospectiva pessoal bem sincera.
    Avaliando além do óbvio...
    Na simplicidade podemos perceber a grandiosidade de um bom ano!
    ;D

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  5. nossa...parabéns pelo texto...queria eu ter essa facilidade com as palavras.

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  6. Belo texto, bem escrito e bem profundo. Parabéns pelo blog (:

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  7. ótimo o modo com que coloca as palavras. Espetacular.

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  8. Da primeira vez que li esse texto não gostei. Percebi que era eu que era quem não estava sabendo interpreta´-lo bem.

    Parece-me que fala de alguém que conseguiu vencer nada vida. Gosto das imagens que usa para representar isso, sobretudo quando fala do frio, da chuva. Eles agora seriam encarados apenas como chuva e frio e não mais com o temos de antes. Gostei dessa parte.

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  9. seria como serenidade
    numa cidade como São Paulo
    um cidade cinza
    aonde ele encontrou paz.
    e venceu

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